Faltavam
três minutos para às duas horas da tarde. Lá estava em uma busca constante para
burlar a rotina. Está aí algo que nunca gostou: ROTINA. Em toda sua vida nunca
gostou da chatice de todos os dias serem milimetricamente iguaizinhos. Todo dia
acordar no mesmo horário – mais cinco minutos no despertador – virar do lado e
dormir – mais cinco minutinhos... quando dá por si já está completamente em
atraso. Dentes. Banho. Roupa. Maquiagem. Carro. Trabalho. [Todo o período que
permanece no trabalho é totalmente desnecessário ser narrado].
Todo
silêncio do escritório foi interrompido naquela tarde de sexta-feira. Só para
constar estava um calor infernal. Aqueles 40° de Copacabana. Calor que parece
mais uma mostra grátis do inferno. A mensagem via celular era convidativa e
praticamente irrecusável. Porém, no entanto, entretanto, a rotina... mais uma
vez ela: a rotina. Prendeu-a em seu escritório.
-
Por Deus! – exclamou em silêncio. Tanto trabalho a ser feito. Tal mensagem
convidativa. O óbvio aconteceu. Ignorou a mensagem e nem se quer uma mensagem
de retorno. Evitava a rotina, mas estava presa nela. O silêncio no escritório
voltou a reinar. Desta vez, para burlar seus pensamentos, batucou no teclado do
computador desesperadamente para concluir o mais breve seus afazeres. Em vão.
21h00min, a luz do escritório apagou...
Nota
do autor: Escrita entre janeiro e fevereiro de 2014.
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