Descobriram
o amor quando os olhos se cruzaram em um desses bailes de carnaval. Amaram-se
por quinze meses e três dias. Tempo suficiente para guardar em suas memórias
detalhes pequenos dos dois. O mesmo destino que os uniram fez questão de separá-los.
Eu não tenho nenhuma ligação com o romance a não ser pelo fato de ser amiga
confidente de um dos lados.
Eles
se amavam!
Vivenciaram
cada segundo como se fosse o último. Então, posso afirmar que quando se ama
intensamente vale a pena cada lágrima derramada no fim.
-
Você é diferente!
-
Eu?
-
É, você mesmo!
-
Me explique, por favor.
-
Você é diferente dos outros. Você consegue ler segredos do íntimo da minha
alma. Você enxerga trocentas qualidades onde vejo trilhões de defeitos.
[Suspiros]. Mesmo quando eu não acreditava mais em mim você apostou todas as
suas fichas.
-
Você é engraçado – interrompeu.
-
Posso até ser engraçado, mas você é quem me ensinou a estampar um sorriso no
rosto quando eu avistava o iceberg em minha frente e tinha medo do barco afundar.
Não é você quem diz: “- se está na chuva... dance?”
-
É!
-
Você poderia estar com outra, mas escolheu a mim. E quando o assunto é escolha
você é super decidido. Ao contrário de mim que sou sempre tão bipolar. Ou
tripolar? Risos.
-
Bobo!
-
Falo sério! A vida não teria tanto sentido se não te conhecesse. Se meus olhos
não tivessem insistido em te perseguir durante todo o baile. Talvez...
-
Não há talvez. Eu te amo desde aquele instante.
-
Eu sabia que seria amor.
-
Você fala de mim de uma forma que ninguém nunca falou. Minha mãe é todo elogio
a meu respeito, mas você é diferente.
-
Sua mãe? Ela tem toda razão!
Risos.
-
Eu estava tentando me encontrar e estava todo errado. O certo é se perder! Não
ser careta. Não ter medo de estar vivo. Ser livre para o amor.
-
Você é categoricamente certo para se perder.
-
Ao contrário, sou totalmente errado. Erro buscando acertar. Perco-me para me
encontrar. Se não fosse assim não teria o destino nos apresentado. Vi em seus
olhos que precisava de um abraço, de carinho e atenção. Não faz bem viver
solitário. Aquele aperto de mão seria a chave para o nosso doce encontro.
-
Pode ser.
-
Agora tenho a liberdade de te falar sem nenhum tipo de medo que você é o homem
que sempre procurei. Você me deixa a vontade. Não tenho medo do seu lado.
-
Você sempre fala às coisas que eu gosto de ouvir. Não sou tão bom com as
palavras.
-
Mas nos completamos. Seus gestos e silêncio dizem muito. Gosto de você por
inteiro. Se depender de mim o para sempre nunca acabará.
-
Você e suas juras. Está na hora de dormir.
A
luz se apaga.
-
Eu te amo!
-
i love you!
Descobriram
enfim que o para sempre chega ao fim, mas ninguém pode culpá-los por terem se
amado.
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