quinta-feira, 26 de abril de 2012

Nem choro, nem vela


Morrer não dói! É claro que depende da forma que se morre. A verdade é que não tenho medo da morte, já que é a única certeza que tenho nessa vida – irei morrer um dia. Tenho medo mesmo é da forma que poderei deixar essa terra.

Peço a Deus, em silêncio, todas às noites, que me dê uma morte calma, tranquila e indolor. Aquela do tipo que se deita para dormir e não há mais o outro dia. Um suspiro e fim.

Não quero sofrer!

Não quero sofrer muito para morrer. Acredito que já sofri o suficiente nesses 28 anos, (não sei por quantos anos mais irei viver), porém não custa nada desde agora ir pedindo uma morte serena.

Não quero ficar em cima de uma cama dando trabalho para as pessoas, dando trabalho pra mim mesmo. Sou um ser impaciente, agitado, que se movimenta a 220 por hora. Não suportaria a prisão de uma cama de hospital. Não suportaria ficar aprisionado em minha própria cama, em meu quarto, em minha casa.

Também não suportaria ver as pessoas em minha volta sofrendo o meu sofrimento, de mãos atadas por não terem o que fazer por mim. Vendo eu me apagar devagarzinho como a chama de uma vela.

Não quero morte trágica ou aquelas formas besta de se morrer. Se for acidente de carro, por exemplo, que seja pá pum. Rápido, ligeiro, sem sequelas, sem cama de hospital. Outro exemplo, tiro. Que seja o fatal. Nada de fazer do meu corpo uma peneira para eu sentir dor e depois disparar o fatal. Primeiro, o tiro fatal, daí depois pode fazer de mim uma peneira, estarei morto mesmo.

Outra coisa que não quero é aquele monte de flor – feia e sem cheiro, por sinal – cobrindo o meu corpo. Se forem pra me dar flores, que seja em vida. Nem tão pouco quero caixão aberto pra todo mundo ficar olhando pra minha face de defunto. E aqueles comentários besta: “nossa, parece que está dormindo!” Quero deixar bem claro nesse parágrafo que quero o meu caixão lacrado (e sem janela). Não quero que vejam o meu fim.

Quanto ao velório, tudo bem! Vai que não morri de verdade. Nem quero me imaginar trancado de baixo da terra, em um caixote de onde não se pode respirar ou sair. Deus me livre! Então ao invés de velarem o meu corpo por 24 horas, por favor, velem por 48 horas. Vai que eu resolvo acordar, né?

A verdade é que durante o velório quero um rádio tocando as músicas que mais gostava e fizeram parte da minha trilha sonora em vida. (Acho que já irei providenciar uma lista com essas músicas). Não sou músico, sou poeta. (Quero leitura de poemas também). Mas a música sempre me acompanhou nos felizes e tristes momentos da minha vida. [Enquanto escrevo esta crônica estou ouvindo música]. Outro detalhe, nada de aplausos. Vão aplaudir por que estou dentro do caixão indo pra debaixo da terra, assim não dá.

Por mais que eu exija sei que não farão a festa que quero durante o velório. É o meu desejo que enquanto estou lá deitado com uma mão sob a outra, em cima da barriga, de olhos e boca fechados, sem mais poder respirar; que as pessoas que ali estarão por consideração a mim, sintam-se mais à vontade e menos tristes. Uma cervejinha, boa música e conversas informais – sem comentários idiotas -, até o momento deu descer a sete palmos da terra.

Morrer não dói! Porém é ridículo morrer. A morte é sem cor, sem forma e para sempre. Causa certa estranheza, inconformidade... reações inexplicáveis. Morrer não dói para o defunto, é claro. Dói apenas para quem fica vivo.

Por fim, não quero ser cercado por velas, nem tão pouco quero todo aquele chororó sem fim. Que todos fiquem em paz assim como irei ficar.

Doce encontro

Não quero suas cordas vocais.
Quero seu abraço em meus braços.
Seu riso no doce encontro.
Seu carinho e sua diversão.
Faço versos pra você cantar.

Aplaudo seu timbre.
Emociono-me com sua voz.
Choro o choro-canção
Que é só nosso – e nada mais.

Me atrevo em te encarar.
Quero os seus lábios
Junto aos meus
Como na velha canção.

Você no palco e eu no bar.
A luz ilumina a sua pele
Que já combina com a minha.
É só mais uma canção de ninar,
De brincar, de amar e amar...

terça-feira, 17 de abril de 2012

The angel of my life!

Oi.
Faz tempo que te vejo por aqui.
Sempre tive vontade de falar,
Mas só me faltava coragem.
Quero falar sobre as coisas da vida.
The angel of my life.

Hi, girl!
I come here often.
I wanted to talk to you.

Eu sei, com você
Não tem sido fácil,
Não é mesmo?
Yes, girl!
I’m struggling to live.
I need your help.
I hope you’ll join.

Você poderá contar comigo.
Sou o anjo que veio te salvar.
You are my angel.
Estou aqui pra te ajudar.
The angel of my life!

Por Tiago Nascimento