quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Croniquinha via celular




Faltavam três minutos para às duas horas da tarde. Lá estava em uma busca constante para burlar a rotina. Está aí algo que nunca gostou: ROTINA. Em toda sua vida nunca gostou da chatice de todos os dias serem milimetricamente iguaizinhos. Todo dia acordar no mesmo horário – mais cinco minutos no despertador – virar do lado e dormir – mais cinco minutinhos... quando dá por si já está completamente em atraso. Dentes. Banho. Roupa. Maquiagem. Carro. Trabalho. [Todo o período que permanece no trabalho é totalmente desnecessário ser narrado].
Todo silêncio do escritório foi interrompido naquela tarde de sexta-feira. Só para constar estava um calor infernal. Aqueles 40° de Copacabana. Calor que parece mais uma mostra grátis do inferno. A mensagem via celular era convidativa e praticamente irrecusável. Porém, no entanto, entretanto, a rotina... mais uma vez ela: a rotina. Prendeu-a em seu escritório.
- Por Deus! – exclamou em silêncio. Tanto trabalho a ser feito. Tal mensagem convidativa. O óbvio aconteceu. Ignorou a mensagem e nem se quer uma mensagem de retorno. Evitava a rotina, mas estava presa nela. O silêncio no escritório voltou a reinar. Desta vez, para burlar seus pensamentos, batucou no teclado do computador desesperadamente para concluir o mais breve seus afazeres. Em vão. 21h00min, a luz do escritório apagou...

Nota do autor: Escrita entre janeiro e fevereiro de 2014.