quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Desta vez

Sei que estou vendo a vida passar,
Mas desta vez será diferente.
Eu não posso desistir!

Algo dentro de mim chora e me faz seguir.
Talvez tenhamos nos perdido...

Quero dançar com você sob a lua
E contar as estrelas.
Por favor,
Ouça quando chamo o seu nome.

Estamos lutando contra o mundo
Para termos uma noite de paz.
Vou seguindo em direção do por do sol
Para te encontrar.
Desta vez, eu vou encontrar você.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Não é saudade

Lembranças não me valem de nada
já que não há mais nada
em comum entre nós.

Arrumo as malas
para poder ir embora,
mas há algo mais forte.

Mesmo assim, preciso ir embora.
Já sabemos da verdade:
é só saudade, desejo,
e pela manhã vais embora.

Não quero mais viver assim!
Só metade não me serve.
Quero por inteiro.

Já não existe mais nada!
Só desejo não é saudade!
É vontade de estar junto.

Tudo termina simples
do mesmo modo que começou.
Simples como o pôr-do-sol.

Desejo é vontade,
não é saudade.
Sinto muito, amor,
mais nosso tempo já acabou.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sozinho

Por favor, não diga que acabou!
Não vá embora.
Logo agora que resolvi falar
tudo o que você queria ouvir.

Não foi fácil chegar aqui
e ter que te encarar de frente.

Agora choro, pois você não está aqui.
Lembro de nós dois brincando na areia da praia.
Eu mau sabia pegar onda.
Você me ensinou a surfar,
Eu te ensinei o amor.

Não dá pra acreditar
que você tem que partir.
Não pode ser assim!

Você nem disse adeus!
Como pode ser assim?
Partir, e me deixar aqui
sozinho...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Impressões Digitais



Racismo, machismo, homofobia, estereótipo, preconceito social, lingüístico, sexual, e mais outras milhares de formas de preconceber um juízo. Cores, crenças, jeito de vestir, gostos musicais, faixa etária, cor dos olhos, condições sócio-econômicas, tudo isso mostra as nossas diferenças em vários aspectos: em nossas idéias, na pele, nos traços, nas impressões digitais. O ser humano tem uma grande capacidade de classificar e descriminar o ser humano.
Sentir um certo medo, estranhamento ou aversão, digamos aqui de passagem, que pode ser até normal. O problema está quando alguém resolve ter certas atitudes preconceituosas, tomando decisões com base nesses pensamentos, partindo de pequenas discussões aos grandes massacres. O que muitas vezes nos assusta é saber que os nossos semelhantes, não são tão semelhantes, como imaginávamos.
O preconceito é um pré-juízo que fazemos das pessoas antes mesmo de conhecermos. Todos nós temos nossas particularidades que devem ser ou deveriam ser respeitadas. Muitos não aceitam o diferente, que é o que assusta.
Etnocentrismo, sexismo, feminismo, transfobia. Pausa!... Retomando: heterossexismo, xenofobia, estereótipo, são milhares e milhares de preconceitos existentes em nossa sociedade.
Devemos aprender que, somos “animais” sociais e que ninguém vive sozinho. Conviver com as diferenças deve ser a maneira mais singela de respeitar o próximo. O certo, ou melhor, a conclusão de tudo isso, é que a sociedade é pré-conceituosa. Para terminar, amenizar ou acabar com os pré-juízos, depende apenas, do ser humano que vemos todos os dias, em fronte ao espelho. Ponto final.

Avaliação sobre o pré-conceito. 28.09.2007, 3º termo de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, Disciplina Seminários Avançados I, professor Júlio César Gonçalves, UNIESP de Presidente Prudente.

domingo, 4 de setembro de 2011

Vídeo

Esta noite

Se esta noite faz frio.
Beije-me e abraça-me.

Abraça-me hoje e sempre.
Aqui faz tanto frio.
Sem você é morrer na praia.
Você vive em meus pensamentos.

Cada segundo que passa
Sinto meu coração palpitar.
Meus lábios chamam por você.
Não sobreviverei sem você!

Beija-me e abraça-me.
Preciso de você!
Esse abraço me faz sentir mais forte.
Abraça-me e aperte-me em seu corpo.

Beija-me e abraça-me,
Pois lá fora faz frio...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Coisas de nós dois

Dedico para Cléa Garcia
Mesmo sem querer
Quando me vejo sem você
Fico perdido no tempo.
Sua ausência incomoda-me.

Conhecemo-nos há tão pouco tempo
Que parece que já faz a vida inteira.
Fazemos a festa mesmo no frio.
Falamos sobre nossos desamores
E sobre o futuro.
Perdemo-nos em meio a fumaças na sala
E, os nossos filhos jogando videogame.

Você viaja e deixa-me sozinho em casa
Com o sofá e a televisão.
Passo o dia todo no computador
Esperando notícias suas nas redes sociais.
Retorna com os cabelos lisos,
Mas o coração continua o mesmo.

Temos medo dos nossos próprios fantasmas!

Você ensina-me a cozinhar
E como fazer o café.
Tranco-te no quarto
Mais é sem querer.
Você muda de endereço.
Eu me perco tentando encontrar-te.

Final de semana no sítio
Com a dona Ivete.
Domingo almoço com a dona Adélia.

Com lágrimas nos olhos
Você anuncia que vais embora.
Acertamos alguns detalhes:
A TV, o som e o computador vão com você,
O sofá, a cama e a geladeira ficam comigo.

Mês que vem vou te visitar,
No outro você vem nos ver.
Sempre vamos estar juntos...
... dentro do coração.

Lugar Secreto



O que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. (Sl 91.1.)

Toda criança já brincou de “pique-esconde”. Um grupo escolhe por sorteio quem vai ser o “pegador.” Este, então, fecha os olhos e começa a contar até dez, enquanto os outros se escondem. O primeiro a ser encontrado será o novo “pegador”. E a brincadeira continua.

A sensação de estar sendo procurado é muito emocionante. A criança fica quietinha, respira com cuidado, evitando fazer qualquer barulho ou movimento para não ser descoberta. E o mais gostoso é quando a gente tem um lugar secreto, que ninguém sabe onde é, e não pode nos achar ali. E é lá que a gente sempre se esconde.

No quintal dos nossos vizinhos, havia um enorme pé de abacate, com galhos grossos e baixos. Era lá o meu esconderijo, entre os galhos, junto ao tronco. Nós brincamos muitas vezes de “pique-esconde” ali, e eles nunca me acharam. Eu nunca lhes contei onde eu me escondia.

Nas batalhas da vida, precisamos ter um esconderijo fiel, que, de fato, nos resguarda do mal e da tentação: o coração do próprio Senhor. Devemos sempre ir até ele, ouvir a sua doce e forte voz a nos ensinar através da sua Palavra. Temos de habitar ali; e não apenas procurá-lo nos momentos de perigo e tribulação.

Nossa morada é o coração do Pai. Quer lugar melhor e mais seguro?

Escondo-me em teus fortes braços.
Abrigo-me do temporal,
Do furor de todo o mal.
Encontro vitória total
Na luta do dia-a-dia,
Na escuridão da noite fria,
Na enfermidade, tribulação,
Posso entoar suave canção
Pois em ti escondo o meu coração.


PAI, NAS TRISTEZAS DA VIDA, NOS MOMENTOS DE DOR, AFLIÇÃO, TRAGÉDIA, ANGÚSTIA E PERSEGUIÇÃO, PODEMOS DESCANSAR NOSSO CORAÇÃO EM TEU PRÓPRIO CORAÇÃO. AMÉM.


Por Ângela Valadão Cintra

Fonte: Diante do Trono

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Coisas de Goiás: Maria



Coisas de Goiás: Maria
Cora Coralina
(1889-1985)
Maria, das muitas que rolam pelo mundo.
Maria pobre. Não tem casa nem morada.
Vive como quer.
Tem seu mundo e suas vaidades. Suas trouxas e seus botões.
Seus haveres. Trouxa de pano na cabeça.
Pedaços, sobras, retalhada.
Centenas de botões, desusados, coloridos, madre-pérola, louça,
vidro, plástico, variados, pregados em tiras pendentes.
Enfeitando. Mostruário.
Tem mais, uns caídos, bambinelas, enfeites, argolas, coisas dela.
Seus figurinos, figurações, arte decorativa,
criação, inventos de Maria.
Maria grampinho, diz a gente da cidade.
Maria sete saias, diz a gente impiedosa da cidade.
Maria. Companheira certa e compulsada.
Inquilina da Casa Velha da Ponte...
Digo mal. Usucapião tem ela, só de meu tempo,
vinte e seis anos.
Tão grande a Casa Velha da Ponte...
Tão vazia de gente, tão cheia de sonhos, fantasmas e papelada,
tradicionais papéis de circunstância.
Seus fantasmas, enterro de ouro. Lendas e legendas.
Cabem todas as Marias desvalidas do mundo e da minha cidade.
Quem foi o pai, e a mãe e a avó de Maria?
Quantos anos tem Maria? Como foi que nasceu? De que jeito sobreviveu?
Estacou no tempo, procura sempre no quintal seus grampinhos
repassados na densa e penteada camada capilar,
onde acomoda em equilíbrio singular seus misterios...
Teres e mordomias e seus botões alegres, coloridos, seriados,
chapeando a veste, que por ser pobre não deixa de ser nobre,
resguarda sua nudez casta, inviolada.
Sete blusas, sete saias, remendos, cento de botões
cem números de grampinhos. Muito séria, não dá confiança.
Garrafa de plástico inseparável. Água, leite, mezinha, será...
Entre Maria, a casa é sua.
Nem precisa mandar. Seus direitos sem deveres,
vai pela manhã e volta pela tarde.
Suas saias, seus botões, seus grampinhos, seu sério,
muda e certa.
Maria é feliz. Não sabe dessas coisas sutis e tem quem a ame.
Uma família distinta da cidade, que a conheceu em tempos
dá referência: Maria tinha até leitura e fazia croché,
ponto de marca, costurava.
Tem a moça Salma, humana e linda, flor da cidade,
luz da sociedade goiana, ela preza Maria e fala
como fala a generosidade das jovens: Maria me contava estórias
quando eu era pequena.
Fui carregada nos braços da Maria.

Meus filhos e netos quando chegam perguntam:
"E Maria, ainda dorme aqui?"
Todos gostam de Maria, e eu também.

Estas coisas dos Reino da Cidade de Goiás.

Fui visitar minha amiga Dete (Maria Bernadete Garcia Ferreira de Almeida) para conversarmos, trocar ideias sobre os nossos Blogs, tomar café – pra variar um pouco. Curioso como sempre, fui fuçar sua estante e ver os títulos de obras que ela possui. Entre os demais livros haviam um Neruda e Cora Coralina. Em homenagem a minha amiga é que publico este belo poema da Cora Coralina.

Cubra-me

Cubra-me

Cubra-me, abraçe-me
Vem esconder-me em suas asas oh Senhor...
Cubra-me, abraça-me
Vem esconder-me em suas asas oh Senhor...
Não me deixe ir Sem que eu receba da Sua graça
Do Seu amor...

Se o medo inundar meu coração
Tentando me impedir de avançar e prosseguir
Fazendo-me pensar que é pouco o meu valor
Me lembrarei De tudo que me prometeu
E quanto mais eu te quero
E quanto mais eu nescessito
Ouvir tua doce voz dizendo Eu estou aqui