domingo, 10 de novembro de 2013

Relógio



Para Di Capelotti
Falta tempo?!
Ou será mesmo falta de tempo?
Ritmo acelerado contra o relógio.
Em que esquina ocorrerá
um “oi”-“abraço”-“beijo”
“até logo!”-“tchau!”?

O que nos afasta
seria o mesmo que nos aproxima?

Até parece que estamos em galáxias diferentes.
Tô aqui em um sistema todo em espiral.
Mande-me notícias da Via Láctea, por favor.

Ontem te vi passar por mim.
Você nem viu meus cabelos crescerem.
Nem percebi sua barriga crescer.

Quando te olho recordo sua fala:
- “Confio em ti! Mais que você mesmo”.

Estou sempre em movimento.
Em algum momento desacelero
pra gente se falar.

O que nos aproxima
será o mesmo que nos afasta?

Haverá tempo para dois cafés?
Um “oi” prolongado?
Diálogo? Ver fotos?
Voltar no tempo.
Faz tempo que a gente não se vê!

Se o que nos afasta é o tempo.
Que nos sobre tempo
pra gente planejar o futuro.
Que sobre um “tempinho”
para uma foto (ir parar na rede social).

Se for o tempo que nos afasta
que ele trate de nos reaproximar.


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Vontade de estar



Fica o gosto do beijo,
o cheiro no pescoço,
sussurros nos ouvidos,
seus olhos nos meus – na hora do amor.
Meus abraços em seus braços.
Lembranças e ainda somos os mesmos.
Questiono aos céus o motivo
de nossas vidas não começarem no altar.
Tão bom estar com você!
Acordar com você, beijar você.
Te ter por um dia ou noite.
Ficar suspirando pelos cantos.
Ainda sei de cor cada centímetro seu.
Recordo com exatidão a geografia desse corpo seu.
Em um flashback
me transporto no tempo e ao mesmo tempo
tenho a certeza que nada mudou.
Você tem esse dom
de confundir e fazer bagunça em meu coração.
Deixa todos meus passos sem direção.
É só você surgir que todas as certezas se vão.
O nunca será nunca
e me rendo outra e outra vez.
Estamos de volta ao inverno do passado
aquecendo nossos corpos
com todo fogo da paixão.
E mais uma vez,
como de outras vezes,
todas as certezas se vão.
E, fica a louca vontade de estar...


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Sábado à noite


TIAGO NASCIMENTO

Abre as portas do guarda-roupa branco e desesperadamente começa a lançar todas suas blusinhas em cima da cama. “Essa não, essa não, essa não...” Decide rever todas suas blusinhas que estão amontoadas em um canto da cama. E toda indecisão invade seu ser e mais uma vez: “Essa não, essa não, essa não.” Em meio a tantas blusinhas não consegue encontrar nenhuma. Muda de ideia e decide tomar o banho. Tomando banho em uma água gelada será mais fácil tomar tamanha decisão (que blusinha sair? – Dúvida cruel!). O banheiro e chuveiro são grandes aliados para pessoas tomarem suas decisões. É na hora do banho que se acaba refletindo sobre a vida. Enfim...
Banho tomado. Calça, sandálias, colares, brincos, anéis, sutiã tudo em ordem, menos a tal blusinha. Dirige-se até a cozinha e toma um café, ascende um cigarro. Olha-se no espelho. Penteia os cabelos. Faz sua melhor maquiagem. Ainda continua na dúvida de que blusinha escolher. “Por que mulher é tão complicada assim?” – questiona-se mentalmente.
Em meio a um telefonema e outro ainda há uma incerteza difícil de decifrar. Que blusinha escolher em um sábado à noite??? Estar apresentável para todas as suas amigas ou estar mais bem vestida e bonita que suas amigas, qual seria tamanha indecisão?
[...] Lá está ela, no meio da pista, dançando, dançando, dançando livre e leve. Sem nenhum tipo de medo, sem preocupações. Vivendo o seu momento de pura distração. No meio da pista gira de um lado para o outro. De lá pra cá, de cá pra lá. Vai girando, girando... bailarina. As luzes seguem seus passos. Parece não haver mais ninguém por ali. Só há ela e seus cabelos negros. Seus olhos fixos no nada. A certeza de que viver é a melhor opção de ser feliz.
A essa altura nem se recorda mais de que passará por tamanho estressamento para decidir vestir uma regata branca justa ao seu corpo escultural. Toda aquela dúvida cruel em que blusinha vestir foi resolvida em segundos quando avistou solitariamente uma regata branca, dentro do guarda roupa, com as portas cobertas de fotografias e um pequeno espelho para que pudesse se olhar de vez em quando. E quem irá conseguir explicar certas indecisões de mulheres como ela?
Continua ela lá reinando no meio da pista. Todos os olhares estão nela. As pessoas gostam de vê-la dançar. Ela dança como ninguém. Sempre chama atenção por deslizar na pista. Talvez cansada, para um pouco, mira seu olhar ao redor... em passos lentos caminha em direção ao banheiro. Retoca sua maquiagem, reforça o batom vermelho. Pega uma cerveja e volta pra pista. Livre e solta. Não se incomoda com os olhares curiosos que a admiram dançando. Permanece ali até o baile acabar.
Conversa com suas amigas. Fala de coisas fúteis e sem compromisso, porque o que interessa é estar na companhia das amigas. Nada de assunto sério. É conversa de gente grande pra poder rir. Tudo é desculpa para estar junto de quem se gosta. Narra suas desaventuranças em busca de amores totalmente imperfeitos. Começa a gargalhar sem oferecer nenhum tipo de explicação as suas amigas que ficam olhando sem compreender nada, absolutamente nada.
Retomado o fôlego, desacreditada do que irá falar, pede desculpas pelas gargalhadas e diz: “Vocês não acreditam que passei mais de meia hora procurando uma blusinha pra poder sair e no final não a encontrei. Talvez por que a que eu queria ainda não tenho. Não sei. Sei que fiquei em uma dúvida cruel e o mais prático foi sair com essa regata que agora que eu percebi que está furada.” Sua amigas em alto e bom som: “Já tínhamos visto!”. Altos risos.


Nota do autor: Os relatos desta crônica são totalmente ilusórios, não condizem com a realidade. Porém, só há uma verdade intrinsecamente infiltrada nela. A de que enquanto eu escrevia pensava na minha amiga Drika Sant’Anna que foi estar com Deus (dois meses hoje). O café e cigarro, o corpo esbelto, os cabelos negros, o guarda-roupa coberto de fotos, as danças na Baluaê são dela. Foi a forma que encontrei de me recordar sem sentir muita dor. Só quando temos em nossa memória boas lembranças de pessoas que já nos deixaram é que a dor da saudade torna-se mais amena.






terça-feira, 24 de setembro de 2013

Cuéntame



Cuando los días son más largos,
Y el cielo se vuelve gris y triste.
Puedes contar conmigo.
Cuando tus ojos reflejan una nostalgia
Con una sonrisa sosa.
Puede contar conmigo.
Cuando nazca en tus ojos una lágrima
Y tus manos se conviertan en frío...
¡Puedes contar conmigo!
Tú eres especial para mí.
¡Cuéntame!
Vamos superar todas las barreras.
Cuando mires en el cielo una estrella solitaria...
Puedes contar conmigo.

Tú ¡siempre puedes contar conmigo!


Nuevos versos



Estos son los nuevos versos.
En una nueva era
De grandes poetas
Que surgen
Lejos de las grandes ciudades.

Estos son los nuevos versos
de poetas que luchan por una nueva mañana.

Versos de poetas que comen
El fruto que da esta tierra.

Nuevos versos de gran amor.
Estos son los nuevos versos

De una nueva mañana.


terça-feira, 17 de setembro de 2013

Un soñador



¡Soy un soñador!
Al insistir en  vivir,
Al negarme a la derrota,
Por desear días mejores.

Por ser quien yo soy,
¡soy un soñador!




sexta-feira, 17 de maio de 2013

Janeiro nublado


No futuro você irá lembrar-se
Do calor dos meus braços.
Com lágrimas nos olhos
Sentirá vontade dos beijos meus.
Sem querer pensar
Vai deitar-se
Com minha foto em mãos.
Não conseguirá adormecer.
Há tempo te procurei...
Mil desculpas prontas.
Você não conseguia me encontrar.
Então, em tempos em tempos,
Quando você não for mais o mesmo!
Deixarei de ser quem mais te amou.
De longe, então, quando me avistar
Terá consigo a certeza de que te amei!
Recordações de tardes no sofá
Quando éramos companhias.
De noites caminhantes sem rumo certo.
Da velha amizade, do riso frouxo sem motivos.
Ao cair da tarde de um janeiro nublado
A saudade irá te buscar na mesma praça.
No banco do primeiro encontro.
Estarei em suas poucas lembranças
E na incerteza de que eu poderia estar lá...
Contigo até o fim.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Crônica à Tristeza



Permito-me, nesta noite, ficar triste. Deixo a porta escancarada para Dona Tristeza entrar e convido-a que fique até o amanhecer. Sinto-me livre e muito bem à vontade na companhia da tristeza. Não vejo por que não estar bem na companhia dela. Tais sensações de melancolia de mãos dadas à nostalgia deixam-me tranquilamente com a Tristeza.
Não há motivos para conte-la do lado de fora. Não compreendo o pré-conceito com ela [a tristeza], pois estamos sempre de peito aberto para que a Dona Felicidade faça morada em nossos corações e que caminhe eternamente ao nosso lado. Por que não nos permitirmos que a tristeza também nos faça companhia?
Não, não somos super-homens nem mulheres maravilhas. Até os super-heróis tem suas fraquezas. Não, não! Definitivamente, deixar-se estar triste não é fraqueza. É um grande ato de heroísmo! Estou triste, simples assim.
A tristeza, necessariamente, não precisa estar ligada a falta que alguém nos faz ou se relacionar com um fim de relacionamento. Nem tão pouco é preciso estar com sensação duradoura de profunda tristeza por toda vida. Longe disso! A tristeza também é um estado de espírito e, por ser assim, sou mais triste do que alegre. Tenho necessidade em estar triste. Os meus versos e textos nascem do meu silêncio. Nascem do meu convite a Tristeza.
Devemos sim nos permitir momentos de pura tristeza do mesmo modo que desejamos momentos de felicidade. Temos que aprender a caminhar com ambas as sensações espirituais. Caminhar com a Tristeza um dia ou outro. Um dia ou outro caminhar com a Felicidade.
Por que ter medo de ficar triste? Não sei a resposta, pois – de todos os medos que tenho – não tenho medo de convidá-la para me fazer companhia. Que se sente comigo em uma mesa de bar. Que beba no meu copo. Que me empreste o seu ombro. Nem é tão complexo estar triste. É simplório tal qual viver.
Por tudo isso me permito estar triste. Simples assim.  


segunda-feira, 4 de março de 2013

6° PRÊMIO IEPÊ DE POESIA/2013

REGULAMENTO

  1. O 6° Prêmio IEPÊ de Poesia/2013, realizado bianualmente, idealizado pela Sociedade Amigos da Cultura de Iepê, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Turismo, Esportes e Lazer e com a iniciativa privada, é uma realização do Ponto de Cultura de Iepê “Nosso povo faz arte desde 205 d.C.”,  apoiado pelo Governo de São Paulo, Programa Pontos de Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal;
  2. Objetivo: revelar novos poetas, valorizar o gênero poético e incentivar talentos literários;
  3. Poderão concorrer ao prêmio pessoas residentes em todo o Território Nacional;
  4. O Prêmio será dividido em duas categorias, Infanto-Juvenil: até os 14 anos e Adulta: a partir dos 15 anos;
  5. Os menores de idade só terão sua inscrição efetuada com a autorização dos pais ou responsável;
  6. As inscrições serão realizadas no período de 01/03/2013 a 03/05/2013, no Ponto de Cultura de Iepê, localizado à Rua Goiás nº 364, Centro, CEP: 19640-000, Iepê – SP, ou pelo correio no endereço descrito acima, valendo a data da postagem. OBS: Nas poesias enviadas pelo correio deverá constar apenas o pseudônimo do autor e, em envelope lacrado, os seguintes dados: nome, RG, endereço, e-mail, fone e o título do trabalho;
  7. O texto deverá obrigatoriamente ser inédito e de autoria própria. O tema do trabalho inscrito será livre e sem limite de linhas/laudas;
  8. Cada participante poderá inscrever até 3 (três) poesias, usando um mesmo pseudônimo;
  9. Os trabalhos deverão ser entregues em 3 (três) vias digitadas e impressas, fonte 12, letra Arial, em folha A4;
  10. Os participantes terão seus trabalhos arquivados. Não será devolvido nenhum poema inscrito;
  11. Prêmio de incentivo artístico para os 3 (três) primeiros colocados da categoria Infanto-juvenil:
    • 1º Lugar: R$ 200,00 (Duzentos Reais) , um CD, publicação em Jornal/Blog e troféu;
    • 2º Lugar: R$ 150,00 (Cento e Cinquenta Reais), um CD, publicação em Jornal/Blog e medalha;
    • 3º Lugar: R$ 100,00 (Cem Reais), um CD, publicação em Jornal/Blog e medalha;
  12. Prêmio de incentivo artístico para os 3 (três) primeiros colocados da categoria Adulta:
    • 1º Lugar: R$ 300,00 (Trezentos Reais) em dinheiro, um CD e publicação em Jornal/Blog;
    • 2º Lugar: R$ 200,00 (Duzentos Reais) em dinheiro, um CD e publicação em Jornal/Blog;
    • 3º Lugar: R$ 150,00 (Cento e Cinquenta Reais) em dinheiro, um CD e publicação em Jornal/Blog;
  13. Os 10 (dez) primeiros trabalhos de cada categoria, selecionados pelo júri, serão publicados em livro (Antologia) no ano de 2015;
  14. A comissão julgadora será composta por 6 (seis) membros, sendo 3 (três) para a categoria Infanto-juvenil e 3 (três) para a categoria Adulta, que será soberana em suas decisões;
  15. A premiação acontecerá no dia 01 de junho de 2013, a partir das 20h00, durante evento que acontecerá no Salão Nobre da Igreja Católica, ocasião em que será lançada a Antologia – 5º Prêmio IEPÊ de Poesia/2011.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Afaste-se, anjo


Andava tão solitário.
Os dias não estavam fazendo sentido.
Algo estranho acontecia,
Um vazio inexplicável.
Não almejava mais nada.
Acreditava ter vivido de tudo.
Fielmente estacionei os sentimentos.
Tranquei todos em um quarto escuro.
Resolvi seguir rumo ao futuro sem (pré)ocupações.

Agora me diz o que fazer da vida?
Você não entende e não percebe
Que o seu afeto afeta minh’alma.
Como continuar sem olhar em seus olhos?
Preciso seguir sem você.
Não é por nada, só não quero ver você sofrer.
Não insista, por favor, afaste-se.

Existem coisas que você não sabe...
Você não iria compreender...
Preciso de paz...
Anjo lindo... cuide do seu coração.
Não há explicações...
Afaste-se ou me enlouqueça de vez...