terça-feira, 4 de setembro de 2012

O Dragão e a bailarina


 
Reza a lenda que São Jorge é aquele que está lá no céu, mais exatamente dentro da lua, montado em um cavalo branco, vencendo um grande dragão. Em minha opinião São Jorge é um santo da igreja católica que foi degolado por expressar sua fé em uma época que se adoravam mais aos ídolos. Mas o centro dessa fábula não é São Jorge, mas sim, o seu Dragão.

A bailarina carrega consigo a responsabilidade de expressar emoções através de seus movimentos e de seu corpo, ao se apresentar em uma coreografia. Geralmente as bailarinas são pessoas disciplinadas, responsáveis, dedicadas, com uma grande capacidade de concentração, agilidade, flexibilidade, elasticidade corporal e garra.

Certo dia, cansado do cativeiro, o Dragão fugiu sem que São Jorge percebesse. Lá foi ele para uma terra distante e desconhecida. Saiu deslizando pelas nuvens até avistar uma pequena cidadezinha, difícil de encontrar até no mapa. Foi naquela cidade que o Dragão resolveu aterrissar.

Um universo totalmente desconhecido para o Dragão que vivia trancafiado distante do mundo. Surpreendeu-se com as máquinas que eram guiadas por pessoas, que ele julgou E.T’s. Mesmo assim insistiu em continuar desbravando aquela terra desconhecida.

Ah... o Dragão não poderia imaginar o que iria acontecer.

Eis que surge, naquela cidadezinha, uma linda bailarina. Que caminhava entre as ruas com suas amigas, jogando conversa fora. Rindo o mais belo riso. Sem se importar com todos a volta. Caminhavam suavemente. Olhavam para direções incertas.

O Dragão avistou a bailarina, que se destacava entre as três amigas. Para ele era o ser mais lindo que até então tinha visto em toda sua existência. Sentiu-se queimar, mas não conseguiu decifrar o que significava aquele ardor. Permaneceu a vislumbrar a beleza da bela bailarina que andava pela rua, sem ao menos notar sua presença.

A bailarina sorria, cumprimentava alguns colegas, bebia refrigerante, conversava com as amigas... Passado alguns longos minutos, a linda bailarina, adentrou em um carro. Deixou o Dragão apaixonado para trás. Ela nem o notou. Não desconfiou. Não percebeu sua presença.

O Dragão procurava alguma palavra que pudesse definir o que era aquele turbilhão de reações dentro de si. O pobre Dragão não conhecia a paixão, não sabia o que era paixão. Coitado do Dragão que se apaixonou pela bailarina!

Logo, alguém; um ser humano ingrato, sem saber que o Dragão se apaixonou, avisou São Jorge. “- São Jorge, por um acaso, você liberou o Dragão para passear? Encontrei ele, por favor, vem buscar!” Triste fim do Dragão que voltou para seu habitat. Feliz bailarina que seguiu embora sem conhecer o Dragão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário